Estudantes do Ceti Gilberto Mestrinho são sensibilizados sobre a prevenção e erradicação do trabalho infantil

Estudantes do Ceti Gilberto Mestrinho

Estudantes do Ceti Gilberto Mestrinho

Estudo realizado pela Organização Não-Governamental Repórter Brasil aponta que o Amazonas tem, aproximadamente, 21 mil crianças trabalhando de forma ilegal. Para sensibilizar a comunidade escolar sobre essa problemática, o Centro Educacional de Tempo Integral (Ceti) Gilberto Mestrinho sediou, na última quinta-feira (14), evento do Fórum Estadual de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil, que contou com a participação dos alunos do 8º ano do ensino fundamental.

A procuradora do Ministério Público do Trabalho da 11ª Região e coordenadora regional de Combate à Exploração do Trabalho da Criança e do Adolescente, Alzira Melo Costa, lembrou durante a sua explanação, a importância da reflexão sobre o trabalho infantil, pois a erradicação da exploração de crianças e adolescentes só será possível com a mobilização de toda a sociedade. “É preciso termos sensibilidade com a causa. Não é normal uma criança trabalhar. Não podemos deixar que esta cena comum nas cidades, na nossa inclusive, seja vista com naturalidade. Lugar de criança é na escola”, destacou.

Alzira Melo Costa destaca que a erradicação da exploração de crianças e adolescentes só será possível com a mobilização de toda a sociedade

Alzira Melo Costa destaca que a erradicação da exploração de crianças e adolescentes só será possível com a mobilização de toda a sociedade

Alzira Costa afirmou que, atualmente, é muito fácil denunciar qualquer episódio de exploração, seja ela de trabalho infantil, violência sexual, maus tratos, entre outros. “O disque 100 funciona diariamente de 8h às 22h, inclusive nos finais de semana e feriados. As denúncias recebidas são analisadas e encaminhadas aos órgãos de proteção, defesa e responsabilização, de acordo com a competência e as atribuições especificas” ressaltou.

O Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb) de 2007, que mede o rendimento dos estudantes em matemática e português, mostra que o desempenho dos alunos que trabalham foi, em média, 10% inferior ao daqueles que só estudam.

A gestora do Ceti Gilberto Mestrinho, Benedita Braga, enfatizou que as escolas em regime de tempo integral combatem diretamente o trabalho infantil. “A escola de tempo integral faz com que a criança e adolescente esteja na escola o dia inteiro, além de oportunizar um convívio social mais digno. Como a permanência na escola é maior, os alunos terão atividades diversificadas, com acesso aos esportes, às artes e às atividades culturais, além de uma alimentação nutritiva e balanceada, diminuindo a desigualdade social imposta pela sociedade”, frisou.

Benedita Braga enfatizou que as escolas em regime de tempo integral combatem diretamente o trabalho infantil

Benedita Braga enfatizou que as escolas em regime de tempo integral combatem diretamente o trabalho infantil

Entre os alunos, uma em especial se destacou durante o encontro por fazer várias perguntas aos palestrantes. Júlia Rodrigues, que cursa o 8º ano do ensino fundamental, declarou a importância das crianças estarem na escola. “Hoje eu aprendi que crianças e adolescente devem somente pensar em estudar. Quando saio com meus pais, sempre vejo crianças da minha idade pedindo dinheiro e trabalhando nos semáforos. Não acho isso legal e fico muito triste, porque lugar de criança é na escola e não trabalhando”, salientou.

Aluna Julia Rodrigues

Caravana

O evento no Ceti Gilberto Mestrinho fez parte da Caravana do Norte Contra o Trabalho Infantil, promovida pelo Fórum Estadual de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil.

O objetivo da Caravana foi mobilizar a sociedade no enfrentamento à exploração de crianças e adolescentes no Estado, com a proposta de, no período de 10 à 14 de junho, realizar palestras, seminários, atividades lúdicas, caminhada e, ainda, entrega de carta de intenção ao prefeito de Manaus, tratando sobre adoção, por parte do Poder Público, de medidas preventivas e  implantação de políticas públicas de combate ao trabalho infantil.