Para educadores do Amazonas, Clóvis Barros Filho propõe uma reflexão sobre o valor da vida e o ofício de educar

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Enfatizando a importância do educador para a formação da sociedade e para uma maior valorização das pessoas o filósofo, jornalista e advogado Clóvis Barros Filho levou os gestores da rede pública estadual de educação do Amazonas a refletirem nesta quinta-feira (3 de abril) sobre valores humanos e o papel do educador no mundo contemporâneo.

Sua palestra, intitulada “A vida que vale a pena ser vivida” foi o eixo principal da programação do 4o. dia do Encontro Estadual de Gestores Escolares, organizado nesta semana em Manaus pelo Governo do Estado por meio da Secretaria de Estado de Educação (Seduc).

Com larga experiência como conferencista, Clóvis Barros Filho fez em sua palestra um retrospecto apontando ao longo dos séculos a percepção sobre “vida” difundida por pensadores e figuras históricas como Aristóteles, Jesus Cristo, o filósofo Espinoza e Jean-Jaques Rousseau.

“Todos estes personagens tentaram, ao longo dos séculos, responder a uma questão universal que até hoje nos intriga: ‘O que a vida deve ter para valer a pena ser vivida’. As respostas de cada um deles são diferentes mas todas nos levam a uma profunda reflexão”, apontou.

Para Aristóteles, filósofo grego clássico, diz Clóvis, a vida só valerá a pena se investirmos em nossas potencialidades. “Nesta compreensão, a chance da (nossa) vida não ser boa é enorme. Comparando o ser humano a uma planta, ou uma muda, podemos, segundo Aristóteles, observar que só atingiremos o ápice da vida se tivermos a nossa disposição elementos que nos levem ao crescimento individual”.

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Em uma segunda reflexão, nesta apontando a compreensão de Jesus Cristo sobre o mesmo questionamento, Clóvis Barros Filho diz que para Cristo, a condição para uma vida boa é o amor. “Neste caso o amor se concretiza no ‘Ágape’, que no grego pode ser traduzido como ‘amor e serviço’. Por esta compreensão a doação em favor do outro (o ser por nós amado) nos leva à plena realização”, citou.

Já o filósofo Espinoza (1632-1677), conforme Clóvis Barros, chama o ser humano de ‘energia em trânsito’, “Estando a plenitude da vida associada à capacidade de despender energia, sendo a energia humana traduzida na capacidade de agir”, comentou.

“Por fim, para Jean-Jaques Rousseau, a plenitude da vida está associada à liberdade. Observando a ‘liberdade’ como uma sequência de boas escolhas e decisões”, comentou Clóvis Barros.

Fazendo um paralelo destas reflexões históricas com o ofício de educador, o palestrante ressaltou que o profissional da educação não pode perder de vista que uma de suas atribuições sociais é levar as pessoas, muito especialmente os alunos, a valorizar a vida e dela cuidar. “Não podemos cumprir nosso ofício motivados tão somente pelos ganhos que por ventura viremos a receber. Antes de tudo, devemos fazê-lo pensando no bem dos outros, no caso dos educadores, pensando no bem dos nossos alunos. É o aluno quem importa”, concluiu.