Alunos de Beruri premiados na maior feira de Ciências do país divulgam projeto em Manaus
Estudantes da Escola Estadual Getúlio Vargas, do município de Beruri (a 73 quilômetros de Manaus), visitaram a Secretaria de Educação e Desporto para apresentar o projeto “Semente Materna Poética: Protagonismo de Estudantes Ribeirinhos e Indígenas como Poetas e Artistas em Beruri/AM”. Voltado para a produção de livros, contos e artes, o projeto “Semente Materna” existe há 5 anos e já participou de diversas feiras, bem como conquistou prêmios a nível estadual e nacional.
Em reunião com a secretária executiva adjunta do Interior, da Secretaria de Educação, Ana Maria Araújo de Freitas, os estudantes apresentaram o projeto e explicaram como funciona a produção dos livros, contos e pinturas. A pedagoga da escola, Edna Brito, falou sobre o projeto e as diversas participações do “Semente Materna”.
“Ano passado participamos da Febic (Feira Brasileira de Iniciação Científica), onde conquistamos o “Prêmio Febic de Destaque”, em Literatura, e hoje somos destaque na literatura brasileira do Estado com o nosso projeto ‘Semente Materna’. Participamos da Febrace (Feira Brasileira de Ciências e Engenharia), em São Paulo, e temos hoje um convite especial para participar da Motic (Mostra de Tecnologia e Inovação com Ciências), no Rio Grande do Sul”, falou a pedagoga.
O Projeto
Utilizando a metodologia STEAM – Ciências, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática, o projeto é composto por uma equipe de professores, estudantes e membros das comunidades.
A equipe escolhe uma comunidade para visitar ou recebe um convite, então eles decidem um tema para ser trabalhado e os próprios alunos e membros daquelas comunidades produzem os textos, as capas e os desenhos dos livros.
Envolvendo crianças, adultos e idosos, a equipe passa, em média, três dias desenvolvendo esses trabalhos, fazendo pesquisas e produzindo o material. Quando ele está finalizado, o produto fica disponível dentro da própria comunidade para acesso.
A estudante Rosane Brito de Melo, de 17 anos, participante do projeto falou sobre a importância do “Semente Materna” como ferramenta para preservar a cultura dessas comunidades.
“Um dos nossos livros, antes de passar pelo processo de edição, passou pela tradução para a língua Apurinã. Ele é todo nessa língua materna. Fomos questionados do porquê disso e esse é um dos intuitos do nosso projeto, a preservação da língua. Com o passar do tempo, esses povos perdem suas línguas originárias e não podemos deixar acontecer”, explicou a estudante.
Agenda e Premiações
Este ano, o projeto foi condecorado na 21ª edição da Febrace na categoria “Ciências Humanas” e na subcategoria “Educação” com o 2° lugar; com o 1° lugar de Impacto Positivo, na categoria Cultura, e com o prêmio “Melhores Orientadores”, de trabalhos e projetos científicos do Estado do Amazonas.
Além do 1° lugar no prêmio “Boas Práticas”, com o tema “Jovens Poetas”, do núcleo Conectando Saberes Beruri, apoiado pela fundação Lemann; e o 1° lugar do prêmio Fundação Amazônia Sustentável (FAS), na categoria Experiência Transformadora na Amazônia.
Os estudantes ainda apresentaram o projeto na FAS, na Fundação Matias Machline (FMM), no Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa) e para os estudantes do curso de Artes da Universidade Federal do Amazonas (Ufam).
FOTOS: Eduardo Cavalcante/ Secretaria de Estado de Educação e Desporto