Escola para alunos especiais é referência em Gestão

Diferentemente de outras salas de aulas, as turmas da Escola Estadual Augusto Carneiro são silenciosas. Mas o silêncio não impede que a instituição realize um trabalho criativo e inovador. Há 27 anos a escola vem desenvolvendo programas e ações referenciais com alunos surdos e surdo-cegos no Amazonas, como o grupo musical inclusivo e o coral de libras.

A Escola Estadual Augusto Carneiro já recebeu vários prêmios pela sua gestão, por três anos consecutivos ficou em terceiro lugar no Prêmio Qualidade Amazonas (PQA) na categoria gestão e recebeu por duas vezes o troféu de segundo lugar no Prêmio Estadual de Gestão Escolar.  Na última quarta-feira (19) a escola obteve mais uma prova da qualidade do trabalho que vem desenvolvendo com alunos portadores de deficiência auditiva ao ser anunciada como vencedora deste ano do Prêmio Estadual de Gestão Escolar.

O Prêmio Estadual de Gestão Escolar está em sua 11ª edição e busca valorizar a boa administração e as atitudes inovadoras das escolas. A cada ano, cinco instituições de ensino são classificadas e recebem materiais de informática, como data show e notebook.

Além disso, os cinco gestores das escolas melhores classificadas viajam para o Estado onde ocorrerá a Cerimônia Nacional do Prêmio Nacional de Referência em Gestão Escolar. O gestor da escola classificada em primeiro lugar ganha, ainda, uma viagem de intercâmbio de 20 dias para os Estados Unidos onde conhecerá a realidade educacional das instituições norte americanas.

Escola vencedora

A gestora da escola estadual Augusto Carneiro, Haydeê dos Santos, afirmou que o primeiro lugar no Prêmio só foi possível por conta da participação de toda a comunidade escolar que conseguiu conquistar a confiança de pais e alunos. “Desde 2003, a escola vem participando do prêmio e a cada ano foi agregando o aprendizado aos seus processos de gestão. Todo esforço e dedicação proporcionaram a escola reduzir seu índice de reprovação e evasão. A integração com a comunidade e o desenvolvimento de projetos são pontos fortes da escola”, acrescentou Haydeê.

De acordo com a gestora, o grande desafio da escola é desenvolver uma educação plena que contemple o sujeito como construtor de sua própria história, considerando sua língua e sua cultura, favorecendo suas relações interpessoais e exercício de sua cidadania. “A escola buscou crescer junto com os alunos, tanto que antes só atendia crianças e adolescentes surdos e depois de uma necessidade passou também a atender alunos surdo-cegos. Hoje temos em nosso corpo discente quatro estudantes surdos-cegos”, disse.

Segundo a Coordenadora do Prêmio em nível estadual, professora Eliana Braga, o grande diferencial da iniciativa é que ao responderem ao questionário que deve ser enviado, as escolas percebem seus pontos negativos e positivos. “Onde a escola identificar que não está indo bem, ela pode melhorar. Onde a instituição verificar que está tudo bem, ela deve criar políticas que mantenham esse quadro”, explicou.

Durante o Prêmio Estadual de Gestão Escolar, as escolas são avaliadas com base na iniciativa, empreendedorismo, capacidade de superação de suas dificuldades e limitações, compromisso com mudanças e melhorias, monitoramento e avaliação de todas as ações desenvolvidas na escola, regularidade e continuidade de ações inovadoras e principalmente se apresenta um plano de melhorias compatível com as necessidades identificadas no processo de auto-avaliação.

Criado em 1988, o prêmio visa contribuir para que as escolas passem a incorporar uma cultura de auto-avaliação em seu processo de gestão e para destacar e disseminar as experiências de referência na área.

Mais de 200 escolas concorreram ao Prêmio

Nesta edição do Prêmio, participaram 222 escolas públicas municipais e estaduais de todo o Amazonas. O Prêmio estadual que é coordenado pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc) é a primeira etapa do prêmio, que é realizado posteriormente em âmbito nacional. Esta segunda etapa é coordenada pela Secretaria Executiva do Conselho Nacional dos Secretários de Educação (Consed) e pela União Nacional dos Dirigentes Municipais (Undime), da Unesco e Fundação Roberto Marinho.